domingo, 30 de março de 2014

A arte que reflete os critérios de Deus na criação do universo e a problemática dos processos aleatórios.






 Deus criou o mundo com criatividade, beleza e funcionalidade a partir de leis que sustentam tais aspectos, e imprimiu em nós uma tarefa ao nos fazer seres criativos: dar continuidade a este trabalho dentro da ordem criada sempre nos submetendo a seu senhorio e a ordem que ele estabeleceu na terra.

O que pretendo aqui é traçar um paralelo entre alguns aspectos utilizados por Deus na criação e tomar estes aspectos como critérios que devemos utilizar enquanto criadores, e neste caso darei ênfase as artes plásticas, para que possamos tentar nos aproximar de  uma arte genuína.

O que seria a arte genuína? Uma arte que esteja  ajustada  ao máximo aos critérios que Deus usou na criação. É claro que como humanos, não podemos aqui enumerar os critérios de Deus em tópicos, pois ele é soberano e não se pode encerrá-lo em teorias produzidas por quem é menor do que ele. Não temos uma percepção correta do mundo ainda, mas podemos perceber o mundo conforme a boa vontade de Deus em nos revelar durante a nossa caminhada com Ele.


O Senhor confia os seus segredos aos que o temem, e os leva a conhecer a sua aliança.” Salmo 25:14.


Ao criar o mundo, Deus criou leis que mantém as coisas em seus devidos lugares e as quais nos revelou por meio de fórmulas para que compreendêssemos como funciona o universo. Existe um limite que estabelece até aonde a onda do mar pode ir, se Deus não estabelecesse este limite, um indício de aleatoriedade seria o suficiente para gerar tsunamis todos os dias. Em Jó 38, é descrito muito bem as leis estabelecidas para o funcionamento do universo. Por isso devemos tomar cuidado com os processos aleatórios que a arte contemporânea vem se utilizando a partir das premissas das desconstruções modernistas, pois isso não é um critério utilizado por Deus para criar, ao contrário, um pontinho quase invisível inscrito numa flor é racionalizado e cheio de significado.


“Quem represou o mar pondo-lhe portas, quando ele irrompeu do ventre materno, quando o vesti de nuvens e em densas trevas o envolvi, quando fixei os seus limites
e lhe coloquei portas e barreiras,  quando eu lhe disse: Até aqui você pode vir, além deste ponto não; aqui faço parar suas ondas orgulhosas? “ Jó 38


Pense na lei da gravidade, que sustenta o firmamento, se Deus não tivesse estabelecido este limite estaríamos voando de um lado para o outro dentro da terra.

Portanto, nossa ação criativa deve responder as mesmas demandas com as quais Deus estabelece sua criação, assim estaremos refletindo e sendo sua imagem não só em nossa aparência física, mas em nossas ações.

E como podemos refletir características  que apontam para as leis que estão por detrás da estrutura da criação enquanto artistas? Segundo Hans Rookmaaker, em seu livro “Arte Moderna e a Morte da Cultura”, devemos também ser criteriosos e cuidadosos na nossa produção artística. Esse critério partiria de  uma ordem racional minuciosa ao pensar numa arte e criá-la, as leis estruturais podem ser pensada em arte através do estudo da técnica, a busca pela habilidade, uma lei que sustenta a estética e que diferencia um artista de uma pessoa que tem ideias. Porque esta diferenciação? Porque todo homem é um ser criativo, mas o trabalho do artista tem uma finalidade bem especifica, para diferenciar uma arte de uma peça publicitária, por exemplo, que é um trabalho criativo, mas não é arte porque esta ligada a outros fins,

Deus quando criou o mundo usou de uma economia, não no sentido de privação, mas no sentido de equilibrar os elementos estruturais dentro do contexto mundo.  Podemos entender isso como utilização da forma, cor, textura; para que pudéssemos desfrutar organicamente de sua criação. Por exemplo, a quantidade de verde na natureza é usada em abundância, enquanto os vermelhos e laranjas são salpicados em detalhes. O verde é uma cor que reage em nosso cérebro proporcionando descanso e relaxamento, enquanto as cores quentes nos estimulam e nos levam a ansiedade extrema se ficarmos olhando para elas em abundância.  Então há um critério para utilização da forma, cor e textura na natureza. Então, uma economia sábia na estruturação da obra de arte é necessária, a disposição dos elementos, a proporção geradora de harmonia e etc... Mas há quem diga: “mas a arte não tem esta função, ela é feita pra causar repulsa também.” Bem, você pode até pensar assim, mas aqui eu estou tecendo uma analogia de uma arte feita segundos os parâmetros de Deus na criação, refletindo em nós como seres criativos para darmos seqüência, estabelecendo a ordem de uma extensão estética que aponta para o Reino de Deus. O mundo jaz no maligno e uma bela arte é mostrar atributos de Deus de alguma forma, a beleza é um valor moral, bem como a verdade. Mostrar que existe ordem, critérios e leis no mundo através da arte é organizar a vida que está desacreditada na cabeça de muitas pessoas, é negar todo o caos afirmado na arte moderna e dizer a essas pessoas que o caos foi vencido, é mostrar que há esperança, que não precisamos continuar afirmando o caos na falta de sentido que a arte moderna estabeleceu, mas é necessário que contornemos a situação e restabeleçamos a ordem revelada na criação. Uma arte feita a partir de processos aleatórios e que é só sensorial, não corresponde aos critérios de Deus para com a criação, pois exclui a racionalidade, que é o que difere um homem do animal.  E quando se priva a arte do raciocínio lógico, este não visto como puro pragmatismo, mas como poesia, vide Salmos, Jó, Provérbios, Cantares e etc,  nos tornamos  reféns do instinto e dos estímulos mais primários e isso nos rebaixa a categoria dos animais irracionais.

Ao contrario do que muitos pensam a lei não cerceia, mas habilita para as coisas funcionarem da maneira certa, o universo é cheio de leis que sustentam o cosmo, uma aleatoriedade seria o suficiente para que ficássemos voando de um lado para o outro na terra, para que foguetes saíssem das orbitas, causaria dilúvios,  meteoros cairiam aos montes, o mundo se destruiria em questão de segundos, bastasse o mínimo de aleatoriedade, e esses processos podem muito bem serem  estendido ao campo das artes plásticas.  

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