Deus criou o mundo com criatividade, beleza e funcionalidade a partir de leis que sustentam tais aspectos, e imprimiu em nós uma tarefa ao nos fazer
seres criativos: dar continuidade a este trabalho dentro da ordem criada sempre
nos submetendo a seu senhorio e a ordem que ele estabeleceu na terra.
O que pretendo aqui é traçar um paralelo entre alguns
aspectos utilizados por Deus na criação e tomar estes aspectos como critérios
que devemos utilizar enquanto criadores, e neste caso darei ênfase as artes
plásticas, para que possamos tentar nos aproximar de uma arte genuína.
O que seria a arte genuína? Uma arte que esteja ajustada ao máximo aos critérios que Deus usou na criação. É claro que como humanos, não
podemos aqui enumerar os critérios de Deus em tópicos, pois ele é soberano e não
se pode encerrá-lo em teorias produzidas por quem é menor do que ele. Não temos
uma percepção correta do mundo ainda, mas podemos perceber o mundo conforme a boa
vontade de Deus em nos revelar durante a nossa caminhada com Ele.
“O Senhor confia os seus segredos aos que o temem, e
os leva a conhecer a sua aliança.” Salmo 25:14.
Ao criar o mundo, Deus criou leis
que mantém as coisas em seus devidos lugares e as quais nos revelou por meio
de fórmulas para que compreendêssemos como funciona o universo. Existe um
limite que estabelece até aonde a onda do mar pode ir, se Deus não
estabelecesse este limite, um indício de aleatoriedade seria o suficiente para
gerar tsunamis todos os dias. Em Jó 38, é descrito muito bem as leis
estabelecidas para o funcionamento do universo. Por isso devemos tomar cuidado
com os processos aleatórios que a arte contemporânea vem se utilizando a partir das premissas das desconstruções modernistas, pois isso não é um critério utilizado por Deus para
criar, ao contrário, um pontinho quase invisível inscrito numa flor é
racionalizado e cheio de significado.
“Quem represou o mar pondo-lhe portas, quando ele
irrompeu do ventre materno, quando o vesti de nuvens e em densas trevas o
envolvi, quando fixei os seus limites
e lhe coloquei portas e barreiras, quando eu lhe disse: Até aqui você pode vir, além deste ponto não; aqui faço parar suas ondas orgulhosas? “ Jó 38
e lhe coloquei portas e barreiras, quando eu lhe disse: Até aqui você pode vir, além deste ponto não; aqui faço parar suas ondas orgulhosas? “ Jó 38
Pense na lei da gravidade, que
sustenta o firmamento, se Deus não tivesse estabelecido este limite estaríamos
voando de um lado para o outro dentro da terra.
Portanto, nossa ação criativa
deve responder as mesmas demandas com as quais Deus estabelece sua criação, assim
estaremos refletindo e sendo sua imagem não só em nossa aparência física, mas
em nossas ações.
E como podemos refletir características
que apontam para as leis que estão por
detrás da estrutura da criação enquanto artistas? Segundo Hans Rookmaaker, em
seu livro “Arte Moderna e a Morte da Cultura”, devemos também ser criteriosos e
cuidadosos na nossa produção artística. Esse critério partiria de uma ordem racional minuciosa ao pensar numa
arte e criá-la, as leis estruturais podem ser pensada em arte através do estudo
da técnica, a busca pela habilidade, uma lei que sustenta a estética e
que diferencia um artista de uma pessoa que tem ideias. Porque esta
diferenciação? Porque todo homem é um ser criativo, mas o trabalho do artista
tem uma finalidade bem especifica, para diferenciar uma arte de uma peça
publicitária, por exemplo, que é um trabalho criativo, mas não é arte porque
esta ligada a outros fins,
Deus quando criou o mundo usou de
uma economia, não no sentido de privação, mas no sentido de equilibrar os
elementos estruturais dentro do contexto mundo. Podemos entender isso como utilização da
forma, cor, textura; para que pudéssemos desfrutar organicamente de sua criação.
Por exemplo, a quantidade de verde na natureza é usada em abundância, enquanto
os vermelhos e laranjas são salpicados em detalhes. O verde é uma cor que reage
em nosso cérebro proporcionando descanso e relaxamento, enquanto as cores
quentes nos estimulam e nos levam a ansiedade extrema se ficarmos olhando para
elas em abundância. Então há um critério para utilização da forma, cor e textura na natureza. Então, uma
economia sábia na estruturação da obra de arte é necessária, a disposição dos
elementos, a proporção geradora de harmonia e etc... Mas há quem diga: “mas a arte
não tem esta função, ela é feita pra causar repulsa também.” Bem, você pode até
pensar assim, mas aqui eu estou tecendo uma analogia de uma arte feita segundos
os parâmetros de Deus na criação, refletindo em nós como seres criativos para
darmos seqüência, estabelecendo a ordem de uma extensão estética que aponta
para o Reino de Deus. O mundo jaz no maligno e uma bela arte é mostrar
atributos de Deus de alguma forma, a beleza é um valor moral, bem como a
verdade. Mostrar que existe ordem, critérios e leis no mundo através da arte é
organizar a vida que está desacreditada na cabeça de muitas pessoas, é negar
todo o caos afirmado na arte moderna e dizer a essas pessoas que o caos foi
vencido, é mostrar que há esperança, que não precisamos continuar afirmando o
caos na falta de sentido que a arte moderna estabeleceu, mas é necessário que
contornemos a situação e restabeleçamos a ordem revelada na criação. Uma
arte feita a partir de processos aleatórios e que é só sensorial, não
corresponde aos critérios de Deus para com a criação, pois exclui a
racionalidade, que é o que difere um homem do animal. E quando se priva a arte do raciocínio lógico,
este não visto como puro pragmatismo, mas como poesia, vide Salmos, Jó,
Provérbios, Cantares e etc, nos tornamos
reféns do instinto e dos estímulos mais
primários e isso nos rebaixa a categoria dos animais irracionais.
Ao contrario do que muitos pensam a lei não cerceia, mas
habilita para as coisas funcionarem da maneira certa, o universo é cheio de
leis que sustentam o cosmo, uma aleatoriedade seria o suficiente para que
ficássemos voando de um lado para o outro na terra, para que foguetes saíssem
das orbitas, causaria dilúvios, meteoros cairiam aos montes, o mundo se destruiria em questão de segundos, bastasse o
mínimo de aleatoriedade, e esses processos podem muito bem serem estendido ao campo das artes plásticas.
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